Glaucoma: Alterações na pressão intraocular e distúrbios do sono são fatores principais
A Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) apontou que cerca de 2,5 milhões de brasileiros com mais de 40 anos podem ter glaucoma, uma doença silenciosa que não dói e causa cegueira irreversível. De acordo com projeção da Associação Internacional de Prevenção da Cegueira, os dados são ainda mais alarmantes, pois em 2040, o número de pessoas com glaucoma pode chegar a 112 milhões no mundo.
Segundo o oftalmologista Fernando Eiji Naves, do hospital Santa Casa de Mauá, a maioria dessas pessoas não sabe que possui a doença, a qual pode ser diagnosticada por meio dos exames de rotina.
O que é Glaucoma?
O glaucoma é uma alteração do nervo óptico que leva a um dano irreversível das fibras nervosas e perda de campo visual, causada pelo aumento da Pressão Intraocular (PIO) ou por uma alteração do fluxo sanguíneo na cabeça do nervo óptico. “Uma forma de prevenir a doença é manter essa pressão sob controle, já que ela é regulada a partir do líquido humor aquoso, que também nutre a córnea e o cristalino”, explica Naves.
Além da alteração na pressão intraocular, outros fatores de risco estão ligados à predisposição genética, idade acima dos 40 anos; doenças como miopia, diabetes e hipertensão; o uso de corticoides aplicados nos olhos e alguns traumas. Recentemente, os distúrbios do sono também foram apontados como possíveis causas do glaucoma, segundo pesquisas divulgadas pelo British Medical Journal.
O diagnóstico e tratamento precoce podem interromper o desenvolvimento da doença, mas não recupera o que foi perdido. A proposta é reduzir a pressão intraocular por meio do uso de colírios, realizar procedimentos com laser e, em alguns casos, a cirurgia pode ser indicada.
“A prevenção pode ser feita com visitas de rotina ao oftalmologista e, se o paciente possui as predisposições, deve ficar atento, já que a doença quando diagnosticada e tratada precocemente costuma ser bem controlada, preservando a visão”, completa o oftalmologista.
Se colocarmos os dados para análise mundial, estima-se que, atualmente, no mundo, 64,3 milhões de pessoas, entre 40 e 80 anos, tenham glaucoma. A projeção é de que, até 2040, esse número aumente para 111,8 milhões. No Brasil, estima-se que 900 mil pessoas tenham a doença.
Glaucoma no Brasil
No Brasil, a estimativa é que mais de 35 milhões de pessoas tenham algum problema que cause dificuldade para enxergar. Destes casos, pelo menos 900 mil têm o diagnóstico de glaucoma. A doença atinge, no mundo, cerca de 64,3 milhões de pessoas, entre 40 e 80 anos. A projeção é de que, até 2040, esse número aumente para 111,8 milhões.
Glaucoma pode ser atendido no SUS
O SUS oferece 19 procedimentos para acompanhamento, avaliação e tratamento do glaucoma.Para serem encaminhados aos Serviços de Atenção Especializada, os pacientes devem, primeiro, procurar uma das 41,7 mil Unidades de Saúde da Família espalhadas por todo o país. As pessoas com diagnóstico confirmado devem ser acompanhadas por um médico oftalmologista.
Esse acompanhamento começa cedo: todas as crianças, quando nascem, também realizam nas maternidades públicas o Teste do Olhinho. É um exame simples, rápido e indolor, capaz de detectar alterações no eixo visual. O teste avalia o reflexo da luz que entra no olho do bebê. Se for identificada alguma alteração, o recém-nascido é encaminhado para um especialista. A identificação precoce aumenta a chance de desenvolvimento normal da visão ao longo da vida.
Para os casos mais graves, em que há indicação, também é possível fazer transplante de córnea pelo SUS. Em 2020, foram realizados 7.334 procedimentos deste tipo no país. Em 2021, entre janeiro e maio, 436 transplantes foram realizados em todo o Brasil.
Os pacientes podem ter acesso aos medicamentos necessários para o tratamento do glaucoma por meio do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF)
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