Deficiente Visual ou Cego? Entenda a diferença
No dia 13 de dezembro, todos os anos, é comemorado oficialmente o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual. Esta data existe desde 1961, criada como uma forma de combate ao preconceito e discriminação com o Deficiente Visual, além disso a data busca garantir direitos básicos de inclusão social dos deficientes visuais na sociedade.
Dia do Deficiente Visual ou Dia do Cego?
Anteriormente chamado de Dia do Cego, a data foi alterada nominalmente para Dia do Deficiente Visual por a palavra “Cego” se tratar de um termo pejorativo. A Deficiência Visual não se trata apenas de uma cegueira, mas também da baixa visão.
Deficiente Visual
A deficiência visual é classificada com esse nome quando existe a perda total ou parcial da visão, podendo ser de forma adquirida ou congênita. O nível de percepção visual pode variar e assim são determinados os grupos de deficiências.
Cegueira: É a perda total da visão ou a baixa visibilidade em enxergar que possua a necessidade da pessoa usar o Sistema de Braille como uma forma de ler ou escrever. Já a Baixa Visão ou “ Visão subnormal” são caracterizadas assim pela visão comprometida, sendo feita ou não correções oculares. As pessoas com baixa visão podem ler o que for impresso, sendo ampliado com recursos especiais de aumento da visão.
Em 1980, a Organização Mundial da Saúde gerou um sistema de classificação para listar as deficiências em uma linguagem comum. São elas: Deficiência, Incapacidade e Desvantagem.
Segundo o Censo do IBGE de 2010, havia no Brasil cerca de aproximadamente 7 milhões de pessoas com alguma deficiência visual. A Pesquisa Nacional da Saúde (PNS) de 2019 mudou esses dados para números ainda mais elevados, trazendo dados de cerca de 17,3 milhões de pessoas com alguma deficiência visual. Cerca de 8 milhões, aproximadamente 25% são de idosos que estão nesta condição.
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Como conduzir um deficiente visual?
Para muitas pessoas solidárias, existe a dúvida: Como ajudar um deficiente visual? E às vezes muitas pessoas deixam de oferecer uma ajuda por não saber a forma ideal de ajudar ou evitar assim um constrangimento.
Para iniciar sua ajuda, não force nada, caso o deficiente não queira ajuda, não insista. Caso ele aceite sua ajuda, seja sutil e fale com ele, se apresente e informe a sua ajuda e pergunte onde ele deseja ir, não aponte ou crie referências, descreva os lugares e a direção.
Fale com o deficiente e oriente que seu braço já está pronto para que ele segure e jamais segure no braço do deficiente visual. Descarte o uso do celular e evite distrações, como única pessoa com visão na situação, o deficiente visual está confiando em você para guiá-lo.
Instrumentos de apoio ao Deficiente Visual
Muitas pessoas não sabem desta informação, mas o principal instrumento de apoio de um deficiente visual, a bengala, ajuda a identificar qual o grau de deficiência daquela pessoa. Caso a Bengala seja na cor vermelha com detalhes brancos, o deficiente visual também é deficiente auditivo, já o acessório na cor verde, é sinal da baixa visão e a tradicional bengala branca, significa que a deficiência visual é completa.
Cão-guia
Em 2005 a Lei nº 11.126/2005 permitiu que os deficientes visuais pudessem ser acompanhados em locais públicos com seus cães-guia. Confira;
Art. 1º É assegurado à pessoa portadora de deficiência visual usuária de cão-guia o direito de ingressar e permanecer com o animal nos veículos e nos estabelecimentos públicos e privados de uso coletivo, desde que observadas as condições impostas por esta Lei.
Art. 3º Constitui ato de discriminação, a ser apenado com interdição e multa, qualquer tentativa voltada a impedir ou dificultar o gozo do direito previsto no art. 1º desta Lei.
Fonte: Câmara Legislativa
Para conseguir o auxílio de um cão-guia é necessário estar inscrito no Cadastro Nacional de Candidatos à Utilização de Cães-Guia.
Termos
É necessário a adaptação com os termos corretos de citar ou identificar alguma pessoa com algum tipo de deficiência, a inclusão social é essencial e conforme o passar dos anos, aumentam as necessidades do tratamento humanizado para todas as pessoas.
Evite falar: “ceguinho”, “você está cego?”, “pessoa cega” ou termos mais pejorativos como “cegueta”. A mudança de hábitos é importante para assegurar um direito igualitário para todos.