TEPT: O que o transtorno de estresse pós-traumático tem a ver com o trabalho

TEPT: O que o transtorno de estresse pós-traumático tem a ver com o trabalho

Pessoas carregam histórias e, em algum momento da vida, certas vivências são tão traumáticas que desencadeiam perturbações psíquicas. Nesse contexto, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é um distúrbio de ansiedade desencadeado pela exposição a algum evento fortemente ameaçador, abalando, assim, a saúde mental de seu portador.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil são afetadas pelo TEPT. No entanto, apesar desse número, ainda pouco se fala sobre a doença.

No cenário laboral, esse transtorno pode prejudicar a capacidade do profissional e até mesmo gerar acidentes de trabalho – por isso, a D+ te conta tudo sobre a relação do TEPT e o trabalho nesse artigo.

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O que é TEPT?

O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio de ansiedade decorrente de exposições a situações traumáticas ou manifestações violentas vividas pelo portador. A doença traz uma série de sintomas psíquicos, físicos e emocionais que acometem o paciente após a vivência de tais traumas, que apresentaram, ou não, ameaça a sua vida ou a vida de terceiros. 

Quando um portador de TEPT se recorda das lembranças traumáticas, sua mente os leva aos episódios ameaçadores novamente, fazendo com que a pessoa sinta toda a dor e sofrimento mais uma vez. Com isso, a revivescência — o processo de rememorar constantemente o evento — dessas memórias ruins causa disfunções neurológicas e mentais.

Em casos de agressão urbana, violência doméstica, assaltos, tortura, abuso sexual e catástrofes naturais, estudos apontam que, pelo menos, 15 a 20% dos envolvidos nestas ocasiões desenvolvem TEPT, porém só buscam ajuda cerca de 2 anos após a primeira crise.  

Quais os sintomas?

De maneira geral, os sintomas podem se manifestar depois de meses ou anos. Além disso, pessoas de qualquer faixa etária podem ser acometidas. 

Os sintomas são classificados em categorias, como:

  • Esquiva e isolamento social: gera o afastamento de qualquer situação, contatos ou atividades que tragam recordações do trauma;
  • Reexperiência traumática: o portador tem pensamentos recorrentes e espontâneos — como flashbacks — acerca do acontecimento;
  • Hiperexcitabilidade psíquica e psicomotora: afeta o estado físico do portador, promovendo taquicardia, tonturas, hipervigilância, irritabilidade, dificuldades de concentração, sudorese e muito mais;
  • Negatividade: pensamentos depreciadores de si mesmo, que geram sensações de incapacidade, inseguranças e desesperança.

Assim, é importante ressaltar que o portador de TEPT pode manifestar sintomas em diferentes graus e circunstâncias. 

Diagnóstico e Tratamento

Órgãos como o CID (Classificação Internacional de Doenças) e o DSM-IV (Manual de Diagnósticos dos Distúrbios Mentais) estabelecem critérios para que seja feito o diagnóstico do transtorno de estresse pós-traumático. 

Alguns dos primeiros passos é realizar a identificação do agente estressor (episódio traumático). Em seguida, o diagnóstico se dá por meio da análise dos sintomas típicos da doença. 

Com o diagnóstico realizado, o paciente deverá passar pelo tratamento a fim de reduzir os seus sintomas, melhorar suas habilidades nas relações interpessoais e prevenir possíveis evoluções do distúrbio. 

Algumas das principais alternativas de tratamento são a  terapia cognitiva-comportamental e psicoterapia, bem como o acompanhamento com medicamentos ansiolíticos e/ou até mesmo antidepressivos.

Vale lembrar que apenas o médico poderá dar o devido diagnóstico e indicações de tratamento para o TEPT. 

O que é esse estresse Pós-traumático no trabalho?

O transtorno de estresse pós-traumático é uma condição crônica que pode durar a vida toda, causando diversas implicações na vida do portador. Por isso, no contexto trabalhista, isso deve ser questão de relevância para se tomar medidas quanto à saúde do trabalhador – afinal, a TEPT pode ser um fator potencial para acidentes de trabalho.

Segundo dados do Ministério da Previdência Social, um total de 22 casos diagnosticados de TEPT foram constatados como causa principal dos 5.219 arquivos de acidentes de trabalho entre janeiro de 2007 e junho de 2010. 

É possível, ainda, que o próprio ambiente de trabalho seja o agente estressor que desencadeia o TEPT no trabalhador. Atividades perigosas para o profissional ou terceiros, que costumam apresentar riscos elevados de acidentes, são alguns dos principais exemplos de causas para o TEPT por indicações laborais. 

Trabalhos relacionados ao campo ferroviário, metroviário, aéreo e ao dos bombeiros, por exemplo, são mais favoráveis ao desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático, já que suas atividades geram riscos mais diretos e incluem alta responsabilidade de vida e estresse. 

Como trabalhar o estresse Pós-traumático?

O portador de TEPT poderá ter a diminuição de seus sintomas ao seguir o tratamento indicado. Todavia, além do acompanhamento médico e uso de medicamentos, seguir certas ações no dia a dia podem proporcionar mais conforto em sua vida.

A prática de atividades físicas é uma das melhores formas de trabalhar o estresse pós-traumático, além das medicações e procedimentos indicados. Isso porque, os exercícios físicos promovem não apenas o bem-estar do corpo, como também o da mente, ajudando a aliviar os sintomas. 

Além disso, evitar hábitos destrutivos, como fumar e beber álcool recorrentemente é essencial, uma vez que essas atitudes podem potencializar os sinais da condição. 

No ambiente de trabalho, é fundamental que a empresa promova ações de incentivo ao diagnóstico e tratamento. Mais do que isso, promover um espaço acolhedor e harmônico para que o funcionário portador de tept possa exercer suas atividades sem maiores problemas.

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Aline Almeida

Aline Almeida

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